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por Guto Pereira
O pastor de Jales (SP) cometeu o crime em 2008, quando a sua vítima tinha 14 anos |
A secretaria do TJ expediu ofício para a 3ª Vara Judicial de Jales informando sobre o acórdão, que também determina a prisão imediata do réu. O pastor deve cumprir a pena inicialmente em regime fechado. A sentença é assinada pelo desembargador Julio Caio Farto Salles.
Ezechiel deixou a cidade de Jales com a família – ele é casado e tem um filho – logo após o escândalo e seu paradeiro atual é desconhecido.
Além do estupro ele já foi condenado por tráfico de drogas. Atualmente estaria num município da Grande São Paulo.
Em 2010, no julgamento em primeira instância, ele foi absolvido pelo juiz José Pedro Curitiba. Alegou que a menina havia inventado a “estória” porque tinha rompido o namoro com seu filho.
O Ministério Público Estadual recorreu da sentença e agora conseguiu no TJ uma condenação por unanimidade.
O relator Farto Salles afirma que o acusado se aproveitou das necessidades econômicas que a família da vítima passava – além de frequentar a igreja mãe e filha prestavam serviços domésticos na casa do pastor – para abusar da garota.
Ezechiel chegou a pagar parte dos custos da festa de 15 anos da menina. Em depoimento a mãe de S. justificou a presença do acusado no aniversário. Disse já saber dos fatos, “mas não quis tirar a festa da filha, pois os amigos já haviam sido convidados, sendo ainda parte das despesas paga por ele, que também devia dinheiro por conta de serviços da faxina prestados pela testemunha na igreja”.
O acórdão confirma ainda que, embora não tenha havia conjunção carnal, em três ocasiões o réu tentou abusar da vítima e em duas delas chegou a tocar seus órgãos íntimos. A ação traz ainda o depoimentos de outras duas testemunhas que confirmaram terem sido assediados pela pastor.
Em alguns vídeos na internet Ezechiel aparece pregando em várias igrejas evangélicas do Estado, como Assembleia de Deus entre outras.
A direção da Assembleia de Deus em Jales negou que ele faça parte do quadro de pastores e disse desconhecer o caso.
A reportagem também tentou contato com dois advogados do acusado, mas teve retorno de apenas um deles. Debora Andrade Ghirotti, que hoje trabalha em Lençóis Paulista, confirmou que fez a defesa na fase inicial do processo, mas deixou o caso há mais de dois anos.
Segundo ela, o atual patrono da ação é o advogado José Bonifácio dos Santos, do município de Osasco. Bonifácio foi procurado em seu escritório, mas o telefone não atendeu as ligações.
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