Vai trocar de televisão? A queridinha das casas brasileiras acompanhou o avanço tecnológico e ano a ano passa por reformulações – a ponto de causar confusão na hora de comprar um novo aparelho. Afinal, qual a melhor TV para comprar atualmente? Como saber qual delas tem o melhor custo-benefício?

O mercado realmente está repleto de siglas que podem ser uma sopa de letrinhas para os mais desavisados. OLED, 4K, Smart, AI, 120Hz… São tantas configurações para se analisar que a pesquisa pode levar horas, senão dias, e tem até quem simplesmente desiste de entender e acaba se guiando apenas pela marca que já conhece.

O Estadão Recomenda fez um guia para te ajudar a comprar a televisão que mais combina com você. Tudo o que você precisa saber está aqui: do melhor tipo de display às vantagens de um soundbar, reunimos as informações necessárias para facilitar a sua compra.

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Vale a pena investir em uma TV 4K?

O que significa a sigla 4K no nome de uma televisão? Essas duas letrinhas correspondem ao tipo de resolução que a tela é capaz de transmitir. Ela indica quantos pixels compõem a imagem exibida e as resoluções mais altas geram visualizações mais nítidas. Quanto mais baixo, mais “pixelizado”, ou seja, com cara de quadriculado. As principais resoluções para TV atualmente são:

  • 8K: 4320 x 7680 px;
  • 4K: 2160 x 3840 px;
  • Full HD: 1080 x 1920 px;
  • HD: 720 x 1280 px.

Geralmente, apenas o primeiro número é usado na identificação e costuma vir acompanhado de uma letra (por exemplo: Full HD 1080p). Essa letra indica o método que o aparelho usa para exibir imagens em movimento. Quase sempre é do tipo varredura progressiva (representado pela letra p), mas alguns modelos de TV podem trabalhar com a varredura entrelaçada (i, do inglês “interlaced”) – como a LG ThinQ AI 2022. Na prática: o primeiro tipo é melhor por entregar imagens com detalhes melhores definidos.

Com isso em mente, é hora de pensar na resolução ideal para seu aparelho. Geralmente, ao se comprar uma televisão também já se tem um destino certo para ela. Independentemente do embate “sala ou quarto”, o mais importante aqui é observar o local em que ela será instalada. Qual a distância entre a tela e o sofá, por exemplo?

Essa resposta é importante: como já sinalizamos em outra matéria, existe uma distância ideal para assistir TV. Apesar do senso comum dizer “quanto maior, melhor”, vale a pena manter um certo espaço entre a tela e seu assento, para enxergar a imagem com a qualidade ideal. Afinal, você não vai querer contar os pixels enquanto assiste, certo? Existem duas nuances aqui:

  • Para telas com definição Full HD, a distância recomendada é de 3 vezes o tamanho da tela;
  • Em caso de telas com definição 4K, o ideal é uma distância de 1,5 vezes o tamanho da TV.

Essas são indicações da Sony, uma das principais marcas tech do mercado. A diferença entre definições se dá porque a olho nu não dá para identificar pixels individuais no 4K. Por outro lado, dá para contá-los se a tela for Full HD e estiver muito perto.

Com todas essas informações em mãos, já para saber qual o tamanho ideal de televisão para você. Mas, de certa forma, a resposta parece clara: a melhor alternativa é priorizar uma TV 4K, certo? Não necessariamente.

Para realmente ver um conteúdo em definição 4K é preciso que a imagem visualizada também esteja… em 4K. Em outras palavras: não adianta ter uma TV 4K para assistir conteúdos transmitidos em Full HD.

Isso quer dizer que para aproveitar uma TV 4K você precisa ter mídia física nessa definição ou assinar plataformas de streaming que tenham conteúdos com essa definição. Vale lembrar, porém, que algumas delas cobram a mais para quem quer assistir em 4K:

  • Max, Netflix e Paramount Plus: disponível somente para assinantes de categorias premium;
  • Amazon Prime Video, Apple TV Plus, Crunchyroll, Disney Plus, Globoplay, MUBI e Star Plus: disponível em todos os planos;
  • Looke: ainda não transmite em resolução 4K.

No caso de espectadores de emissoras de TV a cabo, já é possível encontrar alguns conteúdos pela Globo e pelo SporTV com esta resolução. Já para assinantes de TV aberta, nenhuma delas ainda transmite em 4K (a previsão é que algumas comecem a entregar essa qualidade a partir de 2025).

Aqui no Estadão Recomenda, já entregamos aos nossos leitores quais são os melhores modelos de televisão 4K entre 40” e 75”, bem como quais TVs 4K valem a pena entre as mais baratas. Se você quer ainda mais economia vale optar por um modelo Full HD; neste caso, indicamos então nosso guia de TVs de 32 polegadas.

LED ou OLED: qual a diferença?

Voltando a pensar no ambiente em que sua TV será instalada, dessa vez é hora de identificar qual melhor configuração de acordo com a iluminação do cômodo. Sua sala entra muita luz? Você consegue deixá-la completamente no escuro?

Caso não exista muita interferência luminosa, as melhores TVs à venda hoje são do tipo OLED. A iluminação pixel a pixel desse tipo de display faz com que as telas apresentem o melhor contraste atualmente, bem como excelente ângulo de visão.

Indo para o lado oposto, quem tem um ambiente muito iluminado e que não tem como barrar a entrada de luz, vale mais a pena investir em uma TV de LED que tenha um pico de brilho maior.

Mas qual a diferença entre esses displays? Em resumo, são tecnologias bem diferentes: OLED se destaca por entregar um “preto verdadeiro” e ter um ângulo de visão mais amplo (mas tem vida útil menor e pode sofrer burn-in), enquanto o LED tem um brilho maior e apresenta modelos mais baratos (mas tem contraste menor e visualização ruim em uma posição mais diagonal).

Para te ajudar na compra, apresentamos nosso guia de TVs QLED, a evolução do LED comum. Se você prefere investir um pouco mais, recomendamos também as melhores opções OLED.

O que é o HDR na TV?

A sigla HDR significa High Dynamic Range (Alto Alcance Dinâmico, em português) e é uma tecnologia de melhoria de imagem. Ela vem embutida em algumas televisões e é independente da resolução. Isso significa que mesmo uma TV Full HD pode contar com HDR.

Existem três tipos mais comuns. O mais básico deles é o HDR10, que faz ajustes no nível de cor, brilho, contraste e outros dados estáticos. A versão mais avançada é o HDR10+, que ajusta os mesmos níveis, só que de acordo com cada cena, ao usar os metadados dinâmicos.

Em outras palavras: o HDR10 ajusta os níveis uma única vez para o filme inteiro, enquanto o HDR10+ faz essas mudanças cena a cena. Por conta disso, ele oferece mais detalhes nas cores, com uma amplitude maior nas tonalidades.

O terceiro tipo é o Dolby Vision, que também usa metadados dinâmicos para ajustar os níveis da imagem em cada cena. A diferença é que é produzido especificamente pelos Laboratórios Dolby, reconhecidos na área de compressão de áudio e imagem.

Para saber a qualidade de uma TV dentro desse aspecto, vale olhar o pico máximo de brilho, que é medido em nits. Quanto maior, melhor.

O que significa taxa de 60Hz ou 120Hz em TV?

Essa informação diz respeito à taxa de atualização da tela da televisão. Ela indica a quantidade de imagens que são exibidas a cada segundo e a medida é feita em Hertz (Hz).

Na prática, é essa informação que vai dizer se as imagens são mais fluídas na tela da sua TV ou não. As opções mais avançadas têm menos desfoque de movimento – aquele “rastro” que pode surgir em cenas de muito movimento. Quanto maior a taxa de atualização, melhor.

A maioria das televisões contemporâneas trabalham com uma taxa de atualização de 60Hz, incluindo modelos top de linha. Contudo, focando no público gamer, que está acostumado a uma resposta mais rápida, surgiram as televisões de 120Hz. Alguns fabricantes já estão avançando para os modelos de 144Hz, inclusive. Selecionamos nesta matéria as melhores TVs para gamers.

Qual a vantagem de ter uma soundbar?

Uma soundbar ajuda a ampliar (muito!) a potência sonora da sua televisão. É um acessório formado por uma barra de som com mais alto-falantes que a TV. Por conta disso, ela consegue distribuir melhor o áudio e dá aquele “efeito surround”. Pode vir acompanhada de um subwoofer – parte responsável pela reprodução de sons mais graves.

Essa é a forma mais prática de ter um som mais próximo da experiência de salas de cinema em uma sala de estar comum. Além da técnica utilizada pela soundbar, o áudio emitido por ela será melhor que o da TV na maioria das vezes.

A qualidade é medida através da potência RMS (Root Mean Square, ou Raiz Média Quadrada em português), calculada em padrões internacionais que desconsidera possíveis distorções sonoras dos aparelhos. Ela é medida em watts (W).

Assim, para efeitos de comparação: a TV Samsung OLED 55S90C, um dos melhores modelos em áudio, tem potência de 40W; já a soundbar JBL Cinema SB140, uma das opções de bom custo-benefício, tem potência de 60W. E se formos considerar a melhor soundbar atualmente, Samsung HW-Q990Ca potência dá um salto para 656W. Para um som mais imersivo, a soundbar é essencial.

Você pode conferir nossas recomendações de soundbar nesta outra matéria.

Qual a melhor marca de TV?

Cada marca apresenta anualmente novos recursos e avanços tecnológicos. No Brasil, as favoritas do público são Samsung, LG e TCL. Mesmo assim, selecionar apenas uma melhor entre dezenas de opções depende muito das configurações de cada  TV de cada empresa – e até mesmo de outros fatores, como facilidade de acesso ao suporte técnico.

A Samsung, por exemplo, se destaca quando o assunto são telas de alta qualidade, sendo a única fabricante no Brasil com TV de MicroLED. A TCL, por outro lado, é ideal para quem busca bom custo-benefício – mas ainda deixa a desejar em inovação tecnológica.

Mas se você costuma se guiar por marcas, avaliamos as TVs das três mais populares entre os brasileiros: SamsungLG e TCL.

O que quer dizer a TV ser Smart?

O “smart” nada mais é que conexão à internet. Ter uma Smart TV em casa significa que você tem uma televisão conectada, que mescla as funções originais de transmissão de canais – abertos ou pagos – com recursos interativos da internet.

Com uma dessas, você pode acessar aplicativos como YouTube, Netflix, Spotify e até mesmo alguns jogos, basta baixá-los na loja de apps do seu aparelho. Elas dispensam o uso de TV boxes e possuem diversas funções embutidas – como Chromecast (nas opções com Android ou Google TV), que permite espelhar o celular na TV. Vale lembrar que tanto com uma Smart TV ou com uma TV box acoplada é preciso estar conectado à internet para se beneficiar desses recursos.

Se você prefere uma TV sem ser smart, saiba que vai ser difícil encontrar. Praticamente todos os modelos atuais estão nesta categoria. Mesmo assim, pensando em quem pode precisar de uma opção assim, selecionamos os últimos modelos de TV sem ser smart que ainda podem valer a pena – mas talvez seja melhor investir em um monitor ou em um projetor, a depender do caso.

O que mais comparar na hora de escolher uma TV?

Na hora de comprar uma televisão os pontos acima descritos são os mais importantes, mas ainda existem algumas configurações que também valem a pena dar uma olhada.

Após seguir toda essa cartilha, recomendamos prestar atenção no sistema operacional. É ele que dá a cara da tela inicial da TV e alguns são mais fáceis de navegar que outros, mas cada um tem seu ponto forte e fraco.

As televisões da LG vêm equipadas com o webOS, da própria marca, e é um dos mais rápidos e simples. A simplicidade também é marca registrada do Tizen, sistema das televisões Samsung. Mas neste caso, acaba se tornando um fator negativo: o sistema costuma colecionar reclamações por apresentar uma experiência do usuário considerada ruim e pouco intuitiva.

Por outro lado, as TVs equipadas com Android (alguns modelos TCL e Philco, por exemplo) geralmente tem como vantagem Chromecast bult-in (que permite jogar conteúdo do celular pra TV) e a possibilidade de usar o Google Assistente para comandos de voz – mas pode sofrer com alguns travamentos. Já quem opta por uma TV com Roku OS (como Philips) elogia a ampla variedade de apps.

Outro detalhe a ser verificado são as conexões sem fio. O acesso ao Wi-Fi é básico para qualquer Smart TV, mas alguns modelos podem vir sem conexão Bluetooth, por exemplo. Alguns modelos vêm com AirPlay, recurso semelhante ao Chromecast, mas para iPhone. Também vale checar os assistentes virtuais compatíveis, sendo Google Assistente, Amazon Alexa e Siri, da Apple, os principais atualmente.

Por último, mas não menos importante: ver quais são os tipos e quantidade de entradas. Se conectar outros aparelhos – como um notebook ou um console – é importante para você, vale checar quais e quantas são as entradas HDMI (para gamers, o ideal é a versão HDMI 2.1). Para quem ainda tem um reprodutor de mídia física, pode precisar de uma entrada AV. Se sua internet Wi-Fi é lenta, você pode acelerar a reprodução de conteúdos ao usar um cabo Ethernet em uma entrada LAN. E quem não dispensa assistir à boa e velha TV aberta, precisa de uma entrada RF.

Onde comprar?

Selecionamos algumas lojas em que você pode encontrar ofertas nas principais marcas de televisão. Abaixo, deixamos sugestões de navegação por tamanho da tela: