Do site: Confira quais são os carros menos seguros do Brasil
No dia 23 de setembro, foi publicado um estudo que analisa de forma detalhada os sinistros registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nos anos de 2020 e 2021. O trabalho publicado no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) separou os dados com base nas marcas, ano de fabricação e modelos, apontando os carros menos seguros do país que ainda circulam pelas ruas.
A pesquisa “A introdução de novas tecnologias nos veículos e a redução da sinistralidade no trânsito” feita por Paulo César Pêgas Ferreira tem como base os acidentes constatados em rodovias federais do país. Ela estabelece um critério para avaliar a severidade das ocorrências, ou seja, o quão grave foi o sinistro a partir das características dos veículos que estavam envolvidos.
Carros usados antigos podem ser vilões
O estudo identificou um elevado número de veículos usados com mais de dez anos circulando com manutenção precária. Dessa forma devido às suas condições pouco confiáveis, esses carros são menos seguros e trazem sérios riscos aos seus ocupantes e demais usuários das vias.
Analisando dados a partir de 2009, o trabalho de Paulo Ferreira também mostrou que a falta das inspeções periódicas da frota para a renovação do licenciamento anual tiveram grande impacto no número de sinistros.
Existem montadoras que investem em segurança por conta própria e outras que se contentam com o mínimo
De acordo com os dados coletados para a análise, foi possível identificar fabricantes de carros que investem no aumento da segurança de seus veículos de forma independente, como Chevrolet, Honda, Nissan e Toyota. Porém, existem outras que só fazem esse movimento por meio de incentivos e, ainda assim, apenas o mínimo essencial imposto pela regulamentação do Contran. São elas Fiat, Peugeot, Volkswagen e Renault.
Segundo a pesquisa, os modelos que apresentaram mais fragilidades e baixo nível de segurança foram:
- Chevrolet Spin (ainda em produção);
- Fiat Doblò (retirada de produção em 2021);
- Renault Sandero (produzidos em 2020 e ainda em produção);
- Renault Logan, modelos 2020 e 2021 (retirados de linha em 2021);
- Toyota Etios, modelo 2021 (retirados de linha em 2023);
- Volkswagen Voyage, modelo 2020 (retirado de comercialização em 2021); e
- Volkswagen Up!, modelo 2021 (retirado de comercialização em 2022).
Esses carros menos seguros apresentam elevados índices de severidade e pertencem a um segmento de veículos de baixo ou médio custo, com apelo popular.
Evolução nos equipamentos de segurança é grande aliado, mas só para quem tem dinheiro
A evolução da mecânica e das tecnologias que equipam o veículo auxiliaram na redução das mortes, como airbags, sistema de controle de estabilidade, sistemas de frenagem mais eficientes (ABS), entre outros. Além disso, a maior adesão no uso do cinto de segurança e correção de erros de condução também foram importantes.
Esses avanços que tornam os veículos mais seguros são encontrados principalmente em automóveis premium, enquanto esses equipamentos são bem mais escassos nos carros populares. Sobre essa conclusão, o autor Paulo Ferreira, em entrevista ao Portal do Trânsito, afirma que a a segurança ativa e passiva dos carros não deve estar associada ao tipo de uso ou nível de renda do comprador: “portanto, este assunto merece tratamento premente e responsável. Isso porque, independente da meta assumida, o único objetivo a se perseguir deve ser a inexistência de sinistros fatais. Afinal, todas as vidas realmente importam, indiferente do poder aquisitivo”.
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