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terça-feira, 1 de outubro de 2024

Brasileiras sofrem preconceito racista e sexista em Portugal

 Do site: https://www.paulopes.com.br/2024/09/brasileiras-sofrem-preconceito-racista.html#gsc.tab=0


discriminação incluem brasileiros; como baixa taxa de natalidade, o país precisa de imigrantes


IHU Online
portal do Instituto Humanistas Unisinos

O Relatório sobre Migrações Mundiais 2024 destaca o “estereótipo sexual” que mulheres brasileiras enfrentam em Portugal, estigmatizadas como trabalhadoras de sexo, o que as coloca em riscos de sofrerem assédio sexual e violência de gênero.

O chefe de Missão da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em Portugal, Vasco Malta, confirmou à ONU News que esse tipo de preconceito ainda persiste no país. Essa realidade, disse, “faz com que essas mulheres tenham dificuldade em encontrarem uma habitação condigna”, e são vítimas de preconceito, xenofobia racismo.

A psicóloga Mariana Braz, que vive em Portugal há sete anos, conheceu essas dificuldades, tanto que lançou, em 2020, junto com outas quatro mulheres, o projeto Brasileiras Não Se Calam, uma página no Instagram, com mais de 54 mil seguidoras, que recolhe relatos de assédio e discriminação contra brasileiras não só em Portugal, mas em todo o mundo.

Ela informou à ONU News que o projeto já recebeu centenas de relatos de brasileira que vivem na Espanha, Alemanha, Inglaterra, Japão e do Egito. Mariana arrola que a discriminação acontece nos mais diversos espaços, desde os transportes públicos, local de trabalho, até nas universidades.

A história que mais a deixou impactada foi relatada por uma adolescente brasileira em Portugal que foi vítima de assédio sexual por parte de colegas na escola. 


A menina procurou a direção da escola para relatar o acontecido e acabou sendo culpabilizada “porque é brasileira e foi para a escola de calça jeans”.

Muitos dos relatos, afirma Mariana Braz, “estão ligados a um suposto corpo colonial que é enxergado como podendo ser tocado sem consentimento, que é visto como exótico, como promíscuo e, por isso, supostamente sempre disponível para o ato sexual”. Esses preconceitos, lamenta, forma construídos ao longo dos séculos, com início na colonização do Brasil, e que se mantêm até hoje no imaginário social português.

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