Do site: https://mundocurioso.com.br/natureza/animais-que-veem-luz-infravermelha/
Todas as instâncias de animais que veem luz infravermelha descobertas em definitivo por cientistas são capacidades exibidas por criaturas de sangue frio, como cobras, anfíbios e insetos. Em outras palavras, são as criaturas mais distantes e “alienígenas” de predadores que tendem a exibir uma visão capaz de enxergar o espectro infravermelho.
Todavia, há sinais de que animais mais comuns, como mamíferos, poderiam ser capazes de detectar o espectro infravermelho. Nossa lista inclui animais que sem dúvidas veem luz infravermelha, assim como outros para os quais apenas há uma suspeição. Um deles consegue inclusive transitar entre o espectro infravermelho e o ultravioleta.
Independente da razão, esse sensor único em sua visão desempenha um papel crítico na sobrevivência dessas espécies.
Os humanos descobriram a existência da luz infravermelha somente no século XIX, e demorou ainda mais para começar a entender o que essa porção da luz significa. Enquanto isso, há espécies que possuem uma vantagem de centenas de milhares de anos quando se trata disso.
Essas criaturas usam a habilidade de enxergar a luz infravermelha enquanto caçam, se defendem e locomovem-se pelo mundo de uma maneira que os humanos jamais poderiam imaginar até a descoberta desse espectro.
Animais que veem luz infravermelha
8. Sapo-boi
Um dos animais que veem luz infravermelha é o sapo-boi. Os olhos do sapo-boi adaptam-se para analisar tanto a luz visível como a luz vermelha, da mesma forma que o salmão faz – usando uma enzima que converte vitamina A1 em A2.
E ainda que o sapo-boi converta principalmente para pigmentos A1 enquanto cresce até se tornar adulto, ele mantém sua habilidade de ver luz infravermelha na porção inferior do olho, enxergando a luz visível com a parte superior.
Para maximizar sua capacidade de caça, o sapo-boi fica com frequência parcialmente submergido, esperando por moscas que voam acima d’água, usando a visão infravermelha por baixo da superfície para observar possíveis predadores.
7. Lobo
Há evidências significativas de que lobos e outros caninos relacionados são capazes de sentir o espectro infravermelho a sua própria maneira. A descoberta recente de que lobos e cães conseguem sentir o odor do calor com o nariz está fazendo cientistas repensarem a nossa compreensão acerca do espectro infravermelho e a sua relação com mamíferos.
Ainda que cães sejam treinados para depender de outros sentidos, acredita-se que eles podem ser treinados para detectar calor, e que os lobos ainda usam essa capacidade na natureza. Essa habilidade também poderia ser compartilhada com coiotes.
6. Morcego-vampiro
Outra criatura dentre os animais que veem luz infravermelha é o morcego-vampiro. Ele caça animais de sangue quente, e se beneficia da sua relação com o espectro infravermelho. O órgão sensorial que o morcego-vampiro usa é similar aos sensores de fossa usados pelas víboras.
Contudo, a forma usada pelo morcego-vampiro é mais sofisticada, pois pode detectar o limiar de um nível perigoso de calor, quando a temperatura atinge 42 graus Celsius, assim como o limiar de presas de sangue quente, que ocorre em temperaturas de 30 graus.
5. Mosquito
Beber sangue é algo comum no mundo animal, mas a maioria dos animais que o fazem rastreiam o dióxido de carbono que o corpo libera. E ainda que mosquitos usem o odor desse químico para detectar presas a distância, sua visão infravermelha os permite se aproximar o suficiente para poder identificar seu alvo.
Isso fornece aos mosquitos três sentidos distintos para caçar, ainda que eles possam depender só de um ou da combinação dos três, a depender da circunstância.
4. Raposa
Ainda que as únicas criaturas comprovadas dentre os animais que veem luz infravermelha tenham sangue frio, há sinais que sugerem que as raposas – assim como outros animais noturnos, como o coiote – podem ver luz que aparece no espectro infravermelho.
A evidência anedótica é que raposas e outros animais são capazes de detectar e evitar câmeras que fazem uso de tecnologia infravermelha para rastrear animais à noite. Infelizmente, a tarefa de isolar o infravermelho como variável de pesquisa é difícil, e portanto o questionamento acerca dessa capacidade das raposas, coiotes e outros mamíferos permanece.
3. Peixe-dourado
É comum que peixes sejam capazes de enxergar muito além dentro do espectro infravermelho que humanos, simplesmente por ser um atributo essencial para a sobrevivência abaixo d’água. Todavia, nenhum peixe tem o alcance do peixe-dourado.
Seu campo de visão estende-se do espectro infravermelho até o espectro ultravioleta. O infravermelho é medido em comprimentos de onda mais longos que a luz visível, enquanto o da luz ultravioleta é medido em comprimentos mais curtos.
Com o uso de quatro cones coloridos em seu olho, o peixe-dourado pode enxergar melhor e medir apropriadamente não apenas comida e ameaças na luz visível, mas também nos seus reflexos na água.
2. Crotalíneos
Ainda que os crotalíneos, uma subfamília dos viperídeos, possa sentir luz no espectro infravermelho, não é exatamente o que nós interpretaríamos como visão no sentido tradicional. Ao invés disso, elas usam “sensores de fossa” localizados em suas mandíbulas, conseguindo registrar mudanças no espectro de calor.
As células nervosas que formam esse órgão detectam o calor a nível molecular, e então aquecem o sensor, desencadeando um sinal elétrico que diz ao cérebro da víbora para reagir. Mas ao invés de usar esse sensor como uma alternativa à visão tradicional, acredita-se que essa categoria de víbora combina ambos, abrangendo sua compreensão sensorial dos arredores.
1. Salmão
No topo da lista dos animais que veem luz infravermelha está o salmão. Salmões são notórios por suas migrações no período reprodutivo, que frequentemente os levam de um lado do mundo ao outro. Mas, além de alguns rituais elaborados de reprodução, a forma que seus olhos funcionam muda o curso da sua jornada.
A reação bioquímica que acontece nos olhos do salmão à medida que ele passa da água doce para a salgada torna mais fácil navegar nas águas mais escuras do oceano. É uma transição que ocorre graças a um processo químico simples – transformar a vitamina A1 em A2, usando uma enzima que o corpo do salmão produz naturalmente.
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